Saturday 28 January 2012

Medo no Surfski

Hoje saí de surfski com mar mau. O vento estava muito forte, mas felizmente de sudoeste, ou seja, a empurrar para terra. Por azar, o meu parceiro de k2 das últimas semanas não apareceu e tive mesmo de ir sozinho. A única sorte é que nas últimas duas semanas saí sozinho durante a semana e ganhei alguma confiança. Levei ainda corda a prender o pé e a pagaia ao ski, e o telemóvel, embora me pareça que antes de precisar de ligar a pedir ajuda já as pedras estariam a comer o ski.



Ao sair do Porto de Recreio só pensava em medo, mas depois piorou. Vagas de vento um pouco abaixo do metro, mesmo de lado (fomos em direcção a Santo Amaro), a molhar-me todo, muitos apoios, remadas muito presas e cheias de medo de virar. Andei, nessa altura, aí a uns 6km/h! Estive a ver agora, nem foram 6, mas 4 ou 5 à hora. Foi sempre assim, atrás dos outros barcos que desapareceram rápido.



Chegados a Paço d'Arcos eles voltaram para trás e virei também. Parecia que tinha mudado de dia. O vento contra passou para as costas, o gps deixou os 6km/h e passou como por magia para os 10 ou 11, as ondas baixaram. Fomos até Santo Amaro nas calmas, eles bastante à frente, e voltámos a Paço d'Arcos, repetindo a tortura.



A parte boa disto foi ter percebido que os limites estão muito mais longe do que se pensa e que remo muito com medo, mesmo, por vezes, em água boa. Em vez de puxar a pá na água para trás para fazer o barco andar, faço muito peso na água, para os lados ou para baixo, gastando tensão para nada. Se me solto e me forço a confiar que não vou virar, passo a fazer força para trás e ligeiramente para o lado, na saída e o barco anda mais.