Monday 28 January 2013

Corrida Fim da Europa

A primeira corrida desde a maratona do Porto, no fim de Outubro.



Tem sido um início de ano, desde Novembro, muito inconstante. Tenho remado muito pouco, quase nunca com o resto da equipa. Nem tenho pedalada para eles. O que tenho conseguido é puxar muito mais por mim em cada treino. Corto-me muito menos. Nas subidas dou tudo (eh...), nas séries não guardo para a final, só interrompo um treino se for obrigado.



Devo esta aprendizagem ao grupo de treino do CMCS.



Agora já consegui alguma rotina nos treinos, com o fim de dia de terça-feira e os sábados de manhã. É o que se consegue. O trabalho começa a ficar de novo interessante e isso faz com que não vá treinar algumas vezes. O ginásio também está a saber bem, mesmo a falta de regularidade estrague um bocado.



Aqui vai a corrida Fim da Europa 2013, para memória futura. Um bom exemplo de como podemos fazer mais do que pensamos. Desde que arranquei andei sempre, não no limite, mas com pouca certeza de que iria aguentar o ritmo das subidas e no final acabei por ir até ao fim, se bem que os últimos 3 km já fossem em sacrifício. Estou a gostar mais assim.



De volta

Um ano depois volto a escrever. Não me chateia nada nem me deixa incomodado estar parado (na escrita) um ano. Não escrevi porque não. A vida é longa, no futuro vou ter pena de ter um buraco nesta história que a memória não conserva, mas a realidade é o inverso, tenho uns apontamentos de tempos a tempos, uns salpicos.

O que fiz este ano? Remei, fiz uma maratona de k1, que correu bastante mal, uma de k2 com o Vilaça, que não foi má de todo, umas provas de fundo sem história, um kayak de mar com o Marcelino, bem sofrido.

Fiz uma maratona a correr, objectivo antigo. Queria fazer, desde os vinte anos, mas outras coisas se meteram pelo caminho. Quando acabei a época de canoagem fiquei meio no vazio. O trabalho estava muito chato, com um artigo antigo para despachar, vinham aí as férias, surgiu a vontade de ter um objectivo melhor. A preparação foi meio trapalhona, mas mais que a prova ficam na memória os treinos ao fim do dia no Espartal. O regresso a casa, a passar dos 21 km da meia-maratona pela primeira vez, com a lua cheia a mostrar o caminho, a estrada deserta. Acho que a maratona valeu por me ter mostrado que se pode passar para lá do que estou habituado.



Depois a prova na verdade é uma longa espera pelos últimos 7 km. Pelo menos desta vez em que não ia atrás de nenhum tempo. Se fizer outra vou tentar tirar pelo menos 10'' ao tempo, para dar alguma pica. Mas mesmo os últimos metros foram mais fáceis que o k2 de mar com o Marcelino, entre Milfontes e a Carrapateira. Aí aprendi que se pode sofrer muito mais do que esperava.



Do ponto de vista de desporto, foi um ano bom, sempre em luta para conseguir encaixar os treinos no dia-a-dia, muito pouco rotineiro.





 








Rhino

Estou a aprender a usar o Rhino, um software de modelação 3D que anda muito na moda. Já me tinha aparecido há uns anos, pois é usado para criar geometrias complexas sobre as quais são geradas malhas de elementos finitos ou diferenças finitas usadas em modelação de estruturas geotécnicas. 

O esquema é o seguinte: cria-se uma geometria 3D no Rhino, exporta-se para um programa de geração de malhas (Kubrix) que divide os volumes em elementos tridimensionais simples, como cubos, ou tetraedros e depois exportar a malha para o programa de cálculo. No meu caso uso o FLAC, FLAC3D, o PFC ou o 3DEC, todos da Itasca. A geração de malhas é o maior problema da modelação 3d em geotecnia. É usual andar-se vários dias (ou semanas!) à volta de uma malha. Ok, outro problema destes modelos é o tempo que demorar a calcular, mas durante os cálculos podemos descansar enquanto o PC dá à manivela, só é preciso é ter prazos dilatados. Como o Kubrix custa uns largos milhares de euros e não era prioridade do LNEC comprá-lo (também não havia dnheiro!), fiz as minhas malhas à mãe e passei à frente.

Um túnel que me demorou uns dias a tratar no FLAC3D


Quero agora usar o Rhino para duas coisas. Ensinar como as estruturas se comportam aos meus alunos e para aprender a fabricar objectos numa impressora 3d. Vai correr bem, de certeza.

Friday 25 January 2013

Superfícies

E foi isto que fiz ontem e hoje:
(pode-se aumentar clicando em cima)
Visto de outro ângulo:
É difícil de adivinhar o que é? Qual é a escala? Quanto o comprimento total da superfície?

Poderiam ser 10 km, e tínhamos um modelo de relevo de uma montanha e um vale. Na verdade tem aproximadamente 120 mm de lado.

É a superfície de uma diaclase, a superfície de uma rocha granítica, recolhida a algumas centenas de metros.É interessante como a representação matemática destas superfícies se assemelha a outras, muito maiores ou muito menores.

Tenho andado a digitalizar superfícies rochosas no FabLab da EDP, utilizando uma fresa de precisão que para além de escavar também pode digitalizar superfícies.De seguida vou (com o NFOS e o NIF do LNEC e a FEUP) estudar as propriedades geométricas das superfícies, aplicar-lhes umas toneladas em cima até as esmagar e voltar a digitalizá-las para ver o que lhes aconteceu.As rochas vêm do local onde está a ser estudada a construção de uma caverna da EDP, o tratamento dos dados foi feito no Scilab. Estou a evitar usar o Matlab pirata, mas está a dar trabalho e as cores do Scilab estão horríveis.

Monday 14 January 2013

Continente versus Amazon

A Amazon pode vir a substituir as grandes superfícies, tal como já esta a substituir as livrarias, tal como o ITunes (com uma ajuda da pirataria) acabaram com as discotecas (aquelas onde se vendiam discos, não as danceterias, boates, etc.).

A acontecer (e acho que vai acontecer), vai chegar mais tarde ao nosso país, pois somos um mercado pequeno. E, mesmo cá, pode atingir apenas as zonas com maior concentração populacional, mas vai fazer mossa irreparável.

Como?

É espreitar aqui e aqui.

Se viverem nos EUA podem ter o Azeite Galo entregue em casa. Sim, eu sei que é um produto de luxo. Até leva dois ll. Mas se tiverem Amazon Prime, têm entrega grátis em casa de tudo, por exemplo.

A questão é que a Amazon desenvolve há vários anos toda a tecnologia e know-how necessários para nos entregar, em casa, as compras da semana ou do mês. Começando pelo fim da cadeia, a Amazon teve de:


  • Integrar os fornecedores na cadeia, decidir que produtos são armazenados pela Amazon e quais ficam no fornecedor, estruturas de preços, etc.
  • Aprender como armazenar milhões de referências, organizar armazéns e stocks de formas brutalmente eficiente, coordenar com empresas de entrega, entrega em uma ou duas fases, custos previsíveis, impostos em todos os estados dos EUA, etc.
  • Desenvolver o melhor site de compras do mundo, que tanto vende LCDs como azeite Gallo ou relógios GPS para corrida. Inventaram e patentearam 1-click-buy, adivinham o que queremos comprar ou mostram-nos produtos que acertam quase sempre no que nem sabemos que queremos.


As ferramentas de data-minning da Amazon já devem estar prontas a adivinhar que marca de cereais queremos e quantas embalagens por mês, através da analise dos livros e dvds que compramos!

Sendo fã do Continente, espero que eles se estejam a preparar, porque esta tecnologia não se inventa em um ou dois anos. E os portugueses abraçam o que vem de fora muito depressa, se nos cheirar a modernidade!
Não se trata "apenas" de ter um site a funcionar bem. O Continente.pt deixa muito a desejar, mas há muito mais a fazer. Quando vejo os funcionários a recolher os produtos na loja penso sempre que deve haver imensas melhorias àquele processo e como se comparará à forma ultra-eficiente como a Amazon faz o mesmo.

Tenho curiosidade de saber se o peso que o online tem nas preocupações da Sonae é proporcional ao peso das vendas actuais, mas tenho esperança que não!

PS - Até à pouco tempo, se escrevessemos worten.pt no computador (sem o www.) o endereço não era resolvido e não íamos parar ao site www.worten.pt...